sábado, 31 de outubro de 2009

Minh'alma, de sonhar-te anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
No mist'rioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!...

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."
Minh'alma, de sonhar-te anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
No mist'rioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!...

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."
Minh'alma, de sonhar-te anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
No mist'rioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!...

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."
Florbela Espanca
Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão
Fernando Pessoa
Amo como o amor ama.
Não sei razão pra amar-te mais que amar-te.
Que queres que te diga mais que te amo,
Se o que quero dizer-te é que te amo?
.....................................................................
Quando te falo, dói-me que respondas
Ao que te digo e não ao meu amor.
.....................................................................
Ah! não perguntes nada; antes me fala
De tal maneira, que, se eu fora surda,
Te ouvisse todo com o coração.

Se te vejo não sei quem sou: eu amo.
Se me faltas [...]
... Mas tu fazes, amor, por me faltares
Mesmo estando comigo, pois perguntas —
Quando é amar que deves. Se não amas,
Mostra-te indiferente, ou não me queiras,
Mas tu és como nunca ninguém foi,
Pois procuras o amor pra não amar,
E, se me buscas, é como se eu só fosse
Alguém pra te falar de quem tu amas.
.....................................................................
Quando te vi amei-te já muito antes:
Tornei a achar-te quando te encontrei.
Nasci pra ti antes de haver o mundo.
Não há cousa feliz ou hora alegre
Que eu tenha tido pela vida fora,
Que o não fosse porque te previa,
Porque dormias nela tu futuro.
.....................................................................
E eu soube-o só depois, quando te vi,
E tive para mim melhor sentido,
E o meu passado foi como uma 'strada
Iluminada pela frente, quando
O carro com lanternas vira a curva
Do caminho e já a noite é toda humana.
.....................................................................
Quando eu era pequena, sinto que eu
Amava-te já longe, mas de longe...
.....................................................................
Amor, diz qualquer cousa que eu te sinta!
— Compreendo-te tanto que não sinto,
Oh coração exterior ao meu!
Fatalidade, filha do destino
E das leis que há no fundo deste mundo!
Que és tu a mim que eu compreenda ao ponto
De o sentir...?
Fernando Pessoa
Por que as pessoas entram na sua vida?

Pessoas entram na sua vida por uma "Razão", uma "Estação" ou uma "Vida Inteira". Quando você percebe qual deles é, você vai saber o que fazer por cada pessoa.

Quando alguém está em sua vida por uma "Razão"... é, geralmente, para suprir uma necessidade que você demonstrou. Elas vêm para auxiliá-lo numa dificuldade, te fornecer orientação e apoio, ajudá-lo física, emocional ou espiritualmente. Elas poderão parecer como uma dádiva de Deus, e são! Elas estão lá pela razão que você precisa que eles estejam lá. Então, sem nenhuma atitude errada de sua parte, ou em uma hora inconveniente, esta pessoa vai dizer ou fazer alguma coisa para levar essa relação a um fim. Ás vezes, essas pessoas morrem. Ás vezes, eles simplesmente se vão. Ás vezes, eles agem e te forçam a tomar uma posição. O que devemos entender é que nossas necessidades foram atendidas, nossos desejos preenchidos e o trabalho delas, feito. As suas orações foram atendidas. E agora é tempo de ir.

Quando pessoas entram em nossas vidas por uma "Estação", é porque chegou sua vez de dividir, crescer e aprender. Elas trazem para você a experiência da paz, ou fazem você rir. Elas poderão ensiná-lo algo que você nunca fez. Elas, geralmente, te dão uma quantidade enorme de prazer... Acredite! É real! Mas somente por uma "Estação".

Relacionamentos de uma "Vida Inteira" te ensinam lições para a vida inteira: coisas que você deve construir para ter uma formação emocional sólida. Sua tarefa é aceitar a lição, amar a pessoa, e colocar o que você aprendeu em uso em todos os outros relacionamentos e áreas de sua vida. É dito que o amor é cego, mas a amizade é clarividente. Obrigado por ser parte da minha vida.

Pare aqui e simplesmente SORRIA.

"Trabalhe como se você não precisasse do dinheiro,
Ame como se você nunca tivesse sido magoado, e dance como
se ninguém estivesse te observando."

"O maior risco da vida é não fazer NADA."
Martha Medeiros

domingo, 25 de outubro de 2009

Poesia

Poesia brota assim

bem de mansinho

vai crescendo dentro de mim

tomando conta devagarinho

os versos chegam se instalam

no momento que as vozes calam

não sei explicar a poesia

sei somente sentir sua magia

ela vem… e dá seu recado

seu recado rimado

cadenciado…

e alegra meu coração calejado

NÉIA SAGAE*

Eu vi hoje um pequeno passarinho

Voejava de flor em flor

Absorvendo odores bem de pertinho

Vi também uma criança

Brincando à sombra

Fantasiando sua esperança

Vi ainda um idoso

Caminhando ao sol

E levando na face um olhar amoroso

Vi também o professor

Conduzindo os alunos pela mão

Transmitindo sabedoria e amor

Vi o sol se pondo

E através dos filhos seus

Sua sinfonia o Pai do Céu estar compondo
Eu me supero

Sábado, oito horas da manhã. Ouvi um som ao longe… que foi ficando mais próximo. Pensei “deve ser o telefone”. Cobri o nariz com o cobertor e esperei parar de tocar, ou eu parar de sonhar com aquele barulho estridente. Não adiantou, devo ter deixado a raiz do cabelo de fora das cobertas, por que o dito aparelho descobriu que eu estava em casa e tocou de novo. “É o telefone”… estendi a mão até o aparelho, enquanto decidia se estava acordada ou sonâmbula. Não lembro se resmunguei um “alô” ou coisa parecida, mas o entusiástico “Bom dia!” do outro lado da linha fez com que os meus dois neurônios entreabrissem os olhos. Devo ter respondido alguma coisa para aquela voz do além, pois ela logo tascou a pergunta, assim, à queima roupa, sem anestesia nem nada: “É da casa da Vanessa?”

Eu quase acordei… pensei na Vanessa Camargo, mas definitivamente não estavam ligando para ela. “Não, minha senhora, aqui é…” e repeti os números que compunham meu contato telefônico. Voltei a meter o nariz debaixo das cobertas, e quando tentava decidir se eu ia sonhar com o Paulo Zulu ou com o Brad (isso, sem sobrenome, porque há que se ter um certo grau de intimidade, já que ele freqüenta meu inconsciente vez ou outra), eis que toca mais uma vez dito cujo aparelho. Suspirei fundo, sacudi a cabeça na esperança de fazer cair da cama o Tico ou o Teco, um dos meus dois neurônios de estimação.

Nada. Nenhum dos dois acordou nessa cabeça loira. Atendi o telefone mesmo assim. A mesma voz empolgadíssima do outro lado da linha – pensei, essa dormiu com o Brad, pra ter acordado nesse entusiasmo…. bem deixei para lá maiores especulações e respondi algo ente oi, ah, que ou alô, não sei se tudo junto e também não necessariamente nessa ordem.

“A Vanessa, por favor?” Suspirei, já um tanto quanto irritada com a insistência da dita cuja. Oras, que petulância, oito horas da manhã de sábado, por acaso é hora de ligar por engano pra casa de alguém? Sacudi a cabeça. Nada da dupla acordar. Reuni toda a paciência que me restava, depois de ter o sono interrompido pela segunda vez, e expliquei pausadamente para a criatura empolgadíssima do outro lado da linha “Minha senhora, aqui não tem nenhuma Vanessa, a senhora discou para o número errado de novo…” Ela justificou-se alegando que tinha aquele número, o MEU número como sendo da Vanessa… resmunguei que não conhecia nenhuma Vanessa.

Virei pro lado e me certifiquei que até os cabelos estavam cobertos. Dormi o sonho dos justos. Pena que o Zulu e o Brad devam ter ficado entediados me esperando adormecer e abandonaram meus sonhos. Já que eles se foram, nem sonhei… ou talvez eu tenha me escondido tanto embaixo do travesseiro que quando eles vieram entrar no meu sonho não me encontraram e foram embora… é, pode ter sido isso mesmo.

Onze horas da manhã, com a cútis restaurada, parecia até mais hidratada (e não foi porque eu babei não, eu durmo de boca fechada!), eis que toca o telefone. Atendo, digo alô e bom dia, na mesma frase para parecer educada… uma voz um tanto familiar pergunta, não entendi na hora o motivo, um pouco titubeante “Me desculpe, mas tenho esse número como sendo da Taiana Vanessa, ela se encontra?”

“Taiana Vanessa”… familiar assim só podia ser eu mesma! “Sim”, respondo “é ela mesma…” Também não entendi direito na hora o motivo, a causa e a circunstância da criatura do outro lado da linha ter suspirado e dito “ainda bem…” Enfim, dado o recado que se destinava à minha mãe, desliguei o telefone pensando que já tinha ouvido aquela voz… olhei na lista de chamadas, o dito número já tinha ligado outras duas vezes.

Foi voltando à minha mente o mico que eu tinha pagado. Mico não gorila. Tá bom, King Kong.

Enfiei a cara debaixo das cobertas, mas não permaneci por muito tempo, estava engasgando de tanto rir… pois é, pensei, me supero a cada dia…